Menopausa: quando é considerada PRECOCE?

Visão Geral

A menopausa natural é definida como a cessação permanente dos ciclos menstruais e pode ser definida quando a mulher já está há mais de 12 meses sem menstruar. Ocorre quando os folículos do ovário, estruturas que armazenam os óvulos, estão escassos.

A média de idade que a maioria das mulheres entra na menopausa é aos 51 anos.

A menopausa antes dos 40 anos é anormal e é chamada de insuficiência ovariana primária ou prematura (IOP).

Quais são os sinais e sintomas de uma “menopausa precoce”?

Mudança nos ciclos menstruais

Pode ocorrer parada abrupta nos ciclos menstruais ou oligomenorreia, isto é, aumento dos dias entre um ciclo e outro (mais de 35 dias).

Sintomas decorrentes da deficiência de estrogênio

Ondas de calor

Em algumas mulheres, os fogachos podem começar antes das alterações em ciclos menstruais. Nesses casos, eles costumam ocorrer dias antes da menstruação (pois os níveis de estrogênio estão mais baixos) ou no caso de mulheres que fazem uso de pílulas anticoncepcional, nos dias de pausa.

Sintomas geniturinários 

Com a progressão para amenorreia e deficiência profunda de estrogênio, ocorre ressecamento vaginal – que aumenta a chance e infecções urinárias e de dor na relação sexual.

Demência e distúrbios na cognição

Alguns estudos sugerem que mulheres com insuficiência ovariana precoce que não receberam reposição de estrogênio correm maior risco de demência e declínio cognitivo.

Alteração na estrutura óssea

Há maior chance para desenvolvimento de osteopenia e osteoporose.

Quais exames ajudam a realizar o diagnóstico?

Exames de sangue

Os principais exames são estradiol baixo e FSH alto (hormônio folículo estimulante). Altos níveis de FSH indicam que seu cérebro está tentando estimular os ovários, mas os ovários não estão respondendo. Porém em alguns casos esses exames podem estar normais.

Outros

Ultrassom dos ovários para contagem dos folículos e dosagem de AMH (hormônio anti-mulleriano) também podem ajudar.

Observação: sempre é muito importante excluir outras condições que podem alterar a menstruação, como gravidez, alterações na tireoide e prolactina alta.

O que pode causar insuficiência ovariana precoce?

75% dos casos são considerados “idiopáticos”, ou seja, sem causa definida. Nos outros casos, algumas causas possíveis são:

– Ter realizado quimioterapia, radioterapia ou cirurgia no ovário.

– Autoimunidade (principalmente em mulheres com hipotireoidismo de Hashimoto, vitiligo, insuficiência adrenal autoimune, diabetes tipo 1, miastenia gravis, etc)

– História familiar – pode estar relacionado a síndromes genéticas.

Todas as mulheres devem ser pesquisadas para alterações em função da tireoide, da glândula adrenal, realizar cariótipo (para investigação de alteração em cromossomos) e pesquisa de síndrome genética no momento do diagnóstico.

Existe tratamento?

Reposição hormonal

Um dos principais objetivos do tratamento é substituir o estrogênio que os ovários pararam de produzir.  As mulheres que possuem útero precisam também utilizar progesterona. As que não têm útero podem utilizar estrogênio sozinho.

Duração da terapia com estrogênio – A terapia hormonal deve ser utilizada pelo menos até os 50 anos, que é a idade média da menopausa.

Controle de natalidade

 A gravidez é improvável, mas possível. Se você deseja evitar a gravidez, pode tomar pílulas anticoncepcionais ou utilizar outro método anticonceptivo.

Planejamento familiar

Entre 5 e 10% das mulheres com IOP são capazes de engravidar sem nenhum tratamento especial. Para as que não conseguem engravidar naturalmente, uma opção é a fertilização in vitro (FIV) com óvulos de doadores. A adoção também é sempre uma opção.

Comentário Final

Se você tem menos de 40 anos e não teve um período regular por três meses ou mais, consulte um médico para uma avaliação completa.

Mesmo que você não queira engravidar, a insuficiência ovariana primária (IOP) pode afetar sua saúde geral. Mulheres com IOP que não fazem reposição hormonal  têm maior risco de osteoporose e doenças cardíacas, por isso é importante que a condição seja detectada precocemente e tratada adequadamente.

Dra. Giulia Guerra

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